domingo, novembro 19, 2006

SC Braga 3-1 SL Benfica

Estádio: Municipal de Braga
Espectadores: 22.000
Árbitro: Olegário Benquerença (Leiria)

SC Braga: Paulo Santos, Luis Filipe, Paulo Jorge, Irineu e Carlos Fernandes, Andres Madrid, Ricardo Chaves e João Pinto, Cesinha, Maciel e Zé Carlos
Treinador: Rogério Gonçalves. Jogaram ainda: Wender, Castanheira e Frechaut
SL Benfica: Quim, Nelson, Anderson, Ricardo Rocha e Miguelito, Petit, Katsouranis, Nuno Assis e Simão, Nuno Gomes e Miccoli
Treinador: Fernando Santos. Jogaram ainda: Karagounis e Paulo Jorge

Rogério Gonçalves não poderia ter estreia melhor pelo Sp. Braga, contra o Benfica e com vitória concludente por 3-1. Vieira sentiu vergonha dos jogadores e de facto foram um grupo de rapazinhos a correr atrás da bola.
Quando se esperava que os últimos acontecimentos abalassem os Bracarenses, eis que surgiram ainda mais fortes e conseguiram ultrapassar um período negro neste campeonato, onde em dois jogos sofreram 7 golos e apenas apontaram um e, de premeio, perderam o treinador.
A equipa Arsenalista apresentou-se num 4x3x3 bastante ofensivo, com Cesinha na esquerda e Maciel na direita, o que provocou um prender dos laterais encarnados, que não subiram o que costumam subir noutros jogos. Zé Carlos no eixo ía ganhando alguns lances tanto a Rocha como a Anderson.
Durante os primeiros minutos, o lado preferencial de ataque dos Bracarenses foi o direito, onde Maciel e também Luís Filipe, íam pondo em água a cabeça de Miguelito. Aliás, a primeira jogada de perigo foi mesmo por esse lado, onde o defesa direito do Braga bateu Miguelito em velocidade e centrou para Ricardo Rocha desviar para canto.
O Benfica foi sempre uma equipa medrosa, que não conseguia articular uma jogada falhando sempre qualquer coisa, devido á pressão imposta pelos Bracarenses, com Madrid e Ricardo Chaves em bom nível.

Aos 8' um erro de Quim permite a Zé Carlos chegar ao golo. Bate um livre fora da área, mas coloca a bola nos pés do brasileiro, que de primeira bate certeiro para as redes encarnadas. Primeira explosão de alegria nas bancadas do Municipal, muito bem compostas.
O nervosismo Encarnado cresceu e não é de admirar que durante a primeira meia hora, o Benfica não tenha importunado Paulo Santos.
O Braga, esse, continuava a atacar. Aos 22 minutos, Zé Carlos poderia ter bisado, caso tivesse a pontaria mais afinada e, 2' depois voltou a falhar um golo quase certo, ao executar mal o movimento de cabeça, a cruzamento de João Pinto.
O Benfica, nunca conseguiu ganhar ascendente neste jogo, mas conseguiu soltar-se um pouquinho do sufoco inflingido pelo Sp. Braga e aos 31', após livre de Simão, Ricardo Rocha empata o jogo, num lance em que Paulo Santos também não fica bem na foto, tendo largado a bola. O central estreou-se assim também a marcar de águia ao peito e acicatou ainda mais os ânimos, que estiveram sempre à flor da pele. Este terá sido talvez o melhor período do Benfica, pois parece que o Braga acusou o golo, quando nada o justificava.
Minutos depois Miccoli ganhou a bola Luís Filipe, centrou e encontrou a cabeça de Nuno Gomes, mas Paulo Santos efectuou excelente defesa e não deixou o Benfica tomar a liderança do marcador, que diga-se, seria de todo injusta, pois nada tinha feito para o conseguir.
Já nos últimos 5' do primeiro tempo, com o Braga recomposto, Maciel aponta o segundo golo bracarense, ganhando outra vez na direita, após erro infantil de Nelson no miolo do terreno. Quim fora dos postes nada pôde fazer e volta a não ficar muito bem na foto.
O Braga ia para o intervalo a vencer de forma justa, pois foi sempre superior e nunca deixou que o meio campo encarnado pegasse na bola e saisse a jogar, o que comprometeu de todo a estratégia de Fernando Santos.

O treinador encarnado percebeu isso e no reatamento deixou Katsouranis nos balneários e fez entrar Karagounis, mas não trouxe nada de novo... Karagounis foi incipiente, nunca ganhou uma bola e ainda ía perdendo algumas, que originaram lances de perigo para a sua área.
O Braga entrou em gestão de esforços e foi controlando sempre as operações. Aos 53', Rogério Gonçalves faz a primeira alteração, substituindo João Pinto por Wender. João Pinto efectuou uma exibição de grande nível, fazendo as transições ofensivas com velocidade e distribuindo bem o jogo, para os elementos mais adiantados no terreno. Mas nem depois da saída do grande artista o Braga decresceu. Sempre por cima do conjunto encarnado, as situações de perigo iam-se sucedendo.
Dos 65' aos 69', Quim foi chamado a intervir por três vezes, a remates de Zé Carlos (2) e de Maciel (1), este com um grau de dificuldade mais elevado, tendo o guardião encarnado que se aplicar para evitar o golo.
A 10' do fim da partida o Benfica foi a área do Braga e poderia ter chegado ao empate, não fôsse a cabeça de Simão estar mal calibrada. Num dos poucos lances de ataque do Benfica, Karagounis ganhou a bola na direita e centrou para a área onde o capitão não correspondeu como se esperava, atirando por cima da trave de Paulo Santos...
2' depois Paulo Jorge acaba com o jogo... Na sequência de um livre apontado por Castanheira, que tinha entrado a substituir Zé Carlos, o Capitão Arsenalista subiu mais alto que os centrais Benfiquistas, pondo um fim nas ténues esperanças encarnadas de levar alguma coisa ontem do Municipal.
Em jeito de conclusão, o Braga foi um justo vencedor, pois foi a equipa que mais procurou a vitória.
Desde o início que se previam dificuldades para os Encarnados, pois o SC Braga correu sempre mais que os jogadores Benfiquistas, sufocando-os dentro do seu próprio meio campo. Cesinha e Maciel foram sempre uns quebra-cabeças para Nelson e Miguelito, aos quais se juntaram Zé Carlos e Luís Filipe, este nos primeiros minutos do encontro. Aliás, o defesa esquerdo encarnado foi sempre batido pelas acções, tanto do defesa bracarense, como do extremo.
O Benfica jogou a passo e Miccoli não foi nem a sombra daquilo que costuma ser. Sempre bem anulado, ora por Irineu, ora por Paulo Jorge, apenas se viu no lance que poderia ter dado o 2º golo para o Benfica, efectuado um bom cruzamento para Nuno Gomes, que apesar de lutar muito, nunca conseguiu libertar-se da teia imposta pela defesa bracarense. Fernando Santos não percebeu isso e deixou Mantorras no banco quando, na minha opinião, deveria ter sido chamado, quanto mais não fosse, para despertar com o fraco jogo Encarnado. O Benfica voltou a demonstrar graves lacúnas defensivas e mais uma vez volta a sofrer 3 golos numa derrota, o que deixa a nú algumas dificuldades em lidar com a pressão em jogos de grau de dificuldade elevada, principalmente fora de portas. A ausência de um criador de jogo nato, também se notou.
O Sp. de Braga vence por mérito próprio, ou seja, foi bastante superior ao Benfica e caso a finalização Bracarense fosse mais acertada, o resultado poderia ter sido mais avultado.

Não posso deixar de dizer isto. Ontem estive no Estádio e presenciei alguns actos lamentáveis nas bancadas, principalmete após o golo de Ricardo Rocha. Os adeptos afectos ao Braga, procuravam qualquer coisa para desrespeitar e agredir verbalmente, e não só, os adeptos Benfiquistas presentes e, pela primeira vez, tive que tirar o cachecol e guarda-lo bem guardado, antes que alguém percebesse que era do Benfica. Lamentável...

MELHOR EM CAMPO
* Zé Carlos. Não só pelo bonito golo que marcou, mas por toda a sua acção enquanto esteve em campo. Sempre pressionante, poderia ter marcado mais alguns golos.
* Maciel. Usou toda a velocidade que possui e bateu sempre o seu opositor, Miguelito e foi premiado com um golo já perto do intervalo depois de bem servido por João Pinto. Só um apontamento. Deveria ter sido expulso aos 21 minutos, por entrada dura sobre Simão.
* João Pinto. O "Grande Artista" voltou às grandes exibições. Proscrito com Carlos Carvalhal, titular com Rogério Gonçalves, fez jogar todo o ataque bracarense. Muito rápido a sair, teve grande visão de jogo ao servir Maciel para o segundo golo bracarense. Saiu aos 53', depois de sofrer entrada dura de Ricardo Rocha, mas foi bastante aplaudido pelos adeptos do Braga.

POSITIVO DO JOGO
* O empenho e a diferença de futebol apresentado ontem pelo Sp. Braga. Quando se esperava que o jogo fôsse mais díficil para os da casa, devido aos últimos resultados e porque os percursos eram antagónicos ( Braga: duas derrotas em dois jogos com score de 1/7 e mudança de treinador, enquanto que o Benfica vinha subindo de forma e marcando muitos golos), o certo é que futebol Bracarense foi mais bonito, mais vivo, e mais expressivo, daí a vitória não sofrer contestação.

NEGATIVO DO JOGO
* O pouco empenho do Benfica no jogo de ontem. Equipa muito apática, capaz do melhor e do pior. Não demonstrou fio de jogo e viu-se uma equipa sem vontade e principalmente, muito nervosa, o que lhe valeu olés dos adeptos do braga em grandes periodos do jogo.
* O comportamento dos adeptos do Braga. Sempre provocatório em relação aos adeptos e aos jogadores Benfiquistas que já passaram por Braga, principalmente Quim e Ricardo Rocha.

ÁRBITRO
Num jogo que até foi bastante correcto, com apenas 28 faltas, esteve bem. Mostrou 7 cartões amarelos, todos justificados, embora no lance do cartão a Maciel, se tenha engando na côr, pois deveria ter sido vermelho. Esse foi o único lapso do juiz, que completou 100 jogos na Liga.

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